Projetos de pesquisa
Pesquisas em andamento:
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Coordenador: Dr. Marcos Alves Valente
Pesquisas concluídas:
Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa.
Coordenador: Dr. Jean Gabriel Castro da Costa
A ideia de conflito no republicanismo romano: um estudo sobre Salústio (2014 – 2015)
Este Projeto de Pesquisa investigará o papel atribuído por Caio Salústio Crispo ao conflito na dinâmica de uma comunidade política. Partindo da análise de suas considerações sobre a dinâmica política e social na Roma republicana, pretendo compreender as circunstâncias que conformam o conflito em seus escritos, que pode alternadamente ser virtuoso ou funesto para os destinos da República. Salústio é um dos autores seminais de uma pretensa tradição republicana de pensamento político, sendo eventualmente acessado quando a teoria política contemporânea dedica-se ao escrutínio da ideia de liberdade. Em momento mais recente, Salústio vem se insinuando também como uma fonte para reflexões sobre o elemento popular na dinâmica das sociedades ocidentais contemporâneas, além de sofisticar a compreensão sobre a tradição republicana de pensamento político, que geralmente tem seu sotaque aristocrático ressaltado. Operando com a hipótese de que uma tradição intelectual é multifacetada, formada por camadas de releituras resultantes de uma dinâmica em que sucessivas gerações sublinham ou ignoram traços específicos dos escritos que as precederam, pretendo analisar contextualmente os escritos de Salústio, uma vez que suas considerações sobre o conflito, após um período ignoradas, parecem estar sendo sublinhadas novamente pela crítica contemporânea.
Coordenador: Dr. Tiago Bahia Losso
O agonismo na teoria democrática contemporânea (2011 – 2014)
Descrição: Pesquisa sobre as vertentes agonísticas da teoria democrática contemporânea. Os diversos teóricos do agonismo figuram dentro de um paradigma comum: são pós-fundacionalistas, ressaltam a centralidade do conflito no político, são críticos tanto do modelo liberal quanto do modelo deliberativo de democracia e entendem o agonismo no interior de um projeto de radicalização da democracia. O objetivo desta pesquisa é reconstruir os argumentos e o debate entre esses autores, entendendo-os como pontos de cruzamento de diferentes tradições que resultaram em uma determinada posição teórico-política. Quais foram os caminhos teóricos que levaram estes autores a defender o agonismo? Quais são as críticas dos teóricos do agonismo aos modelos democráticos alternativos, liberal e deliberativo? Quais foram as respostas dos teóricos liberais e deliberativos às críticas dos defensores do agonismo? Existe diálogo entre estes diferentes teóricos do agonismo? Como pensar temas como liberdade e república à luz das teorias agonísticas de democracia? Quais seriam as características de um modelo agonístico de democracia, sua pretensão e seus limites? Os teóricos agonísticos pesquisados são: Chantal Mouffe e Ernesto Laclau, William Connolly, Bonnie Honig e Lawrence Hatab.
Coordenador: Dr. Jean Gabriel Castro da Costa
Filosofia da Administração: Uma Busca Ontológica Administração, o que é isto? (2012 – 2017)
Descrição: A presente proposta de pesquisa está voltada para o estudo filosófico da administração, seguindo na mesma linha dos estudos seminais de Sheldon (1923), Dimock (1968) e Hodgkinson (1983), ou seja, procurando contribuir para a instituição, em especial no meio acadêmico nacional, de uma filosofia da administração. Nesse sentido, partimos do seguinte questionamento: administração, o que é isto? A resposta à questão exige três momentos distintos no processo de pesquisa, para os quais apontamos dois métodos e procedimentos metodológicos também distintos. Esses três momentos reclamam à estipulação de um marco temporal na história da administração, a partir do qual estabelecemos as seguintes questões orientadoras: (1) o que foi dito da administração antes do management antes do séc. XX?; (2) o que foi dito da administração no período que compreende a hegemonia do management todo o séc. XX?; e (3) o que está sendo dito da administração contemporaneamente depois do séc. XX? Conjuntamente a essas três perguntas, três assertivas iniciais serão lançadas, de modo mesmo a nos precavermos contra uma posição que possa sugerir o fim da história da administração: (i) nem tudo que foi dito da administração é administração; mas (ii) algo do que foi dito da administração é administração; porém, (iii) há algo que ainda precisa ser dito da administração. Metodologicamente, em especial aos itens (i) e (ii), nos serviremos da Hermenêutica de Profundidade (Thompson, 2000), e quanto ao item (iii), do método que denominamos de hipotético argumentativo, o qual nos possibilitará construir uma resposta à questão central da pesquisa e, assim, contribuir para o campo da filosofia da administração.
Coordenador: Dr. Ariston Azevêdo
Processos de seleção e educação do corpo diplomático brasileiro (2010 – 2014)
Descrição: O projeto está organizado em três dimensões distintas A primeira delas comporta uma análise das erudições necessárias para o diplomata brasileiro através de um estudo acerca das bibliografias sugeridas nos Guias de Estudo de Admissão a Carreira Diplomática, para o Instituto Rio Branco, e entrevistas com funcionários de carreira do Ministério das Relações Exteriores brasileiro. O segundo aspecto do projeto é a interação dos diplomatas com grupos da comunidade brasileira (empresariado, comunidades brasileiras no exterior, etc), tentando perceber como uma burocracia governamental lida com pressões democráticas. O terceiro aspecto é a importância da representação do diplomata brasileiro enquanto ator construtor da nação, incluindo sua representação na literatura.
Coordenador: Me. Daniel Lopes Bretas
História do Pensamento Político Republicano: o Republicanismo Clássico (2012 – 2013)
Descrição: A teoria política contemporânea tem sido alimentada de maneira crescente por formulações alicerçadas no ideário republicano. Teóricos atuais têm sustentado que esta tradição de pensamento encontra sua gênese nas noções políticas e morais correntes durante o século final da República romana. Paralelamente à insistência dos republicanos sobre a existência de uma noção de liberdade tipicamente republicana, a Teoria da Constituição Mista é amplamente aceita como um elemento da inovação promovida pelos latinos no âmbito da reflexão política. Neste aspecto, é geralmente ressaltado o equilíbrio obtido entre os elementos aristocráticos e democráticos, dedicando-se, no entanto, pouca atenção ao papel do elemento monárquico na teoria. Minha intenção é realizar uma avaliação dos livros História de Roma, de Tito Lívio, e dos livros A República e As Leis de Marco Túlio Cícero, investigando a importância da monarquia nos seus respectivos argumentos. Pretendo demonstrar que importância deste elemento para a ideia de Constituição Mista pode estar sendo subestimado pelos autores contemporâneos, implicando numa visão empobrecida de um elemento fundamental da tradição latina de pensamento político e minando a ideia de uma Tradição Republicana de Pensamento Político.
Coordenador: Dr. Tiago Bahia Losso
Visões da Liberdade: Republicanismo e Liberalismo na Teoria Política Contemporânea (2010 – 2013)
Descrição: O principal objetivo deste projeto de pesquisa é compreender e analisar o debate teórico entre liberais e republicanos à luz dos mais recentes desenvolvimentos da concepção neo-romana de liberdade, articulada por autores como Quentin Skinner, Philip Pettit, Maurizio Viroli, John Maynor e outros. Numa primeira etapa, são examinados os pontos de aproximação e afastamento entre duas diferentes vertentes teóricas contemporâneas que apelam à tradição republicana, nomeadamente, a vertente neo-romana e a neo-ateniense, esta última vinculada às perspectivas do comunitarismo e do humanismo cívico. Em seguida, busca-se saber se a concepção de liberdade defendida pelos autores neo-romanos reúne as condições para subsidiar uma narrativa histórica e uma teoria normativa alternativa não apenas ao comunitarismo e ao humanismo cívico mas também ao liberalismo político.
Coordenador: Dr. Ricardo Silva.
Interpretação e Sociedade – Um estudo sobre a virada interpretativa nas ciências sociais (2010 – 2011)
Descrição: O interesse da pesquisa é mapear o debate sobre interpretação no âmbito das ciências sociais, com especial atenção ao interpretive turn da década de 1960. Mesmo que as questões relativas a interpretação sejam constantes desde o surgimento das ciências sociais, em meados do século passado uma série de acadêmicos, de diversas vinculações disciplinares, passou a advogar novos usos e significados para a idéia de interpretação. Iniciamente, vou concentrar minha atenção nos escritos de Charles Taylor, especificamente em suas críticas aos estilos de teorização sobre a política calcados no paradigma científico, bem como sua proposta de compreensão do fenômeno político. Partindo do interpretativismo de Taylor, espera-se notar o interpretive turn como um fenômemo típico das ciências sociais (mesmo que não exclusivo). Para tal, será feita uma leitura e análise sistemática de três autores representativos de abordagens interpretativistas de importantes clivagens das ciências sociais, quais sejam: o antropólogoClifford Geertz, o historiador Quentin Skinner e o politólogo Mark Bevir.
Coordenador: Dr. Tiago Bahia Losso
História e Interpretação na Teoria Política (2007 – 2009)
Descrição: O projeto teve como principal objetivo o exame do debate internacional contemporâneo sobre as potencialidades e limites da teorização política informada pelo conhecimento histórico. Toma-se como ponto de partida o debate metodológico desencadeado pelo contextualismo lingüístico da Escola de Cambridge de história do pensamento político. Embora os principais expoentes da Escola de Cambridge, especialmente Quentin Skinner e J. G. A. Pocock, apresentem-se não propriamente como teóricos da política, mas como historiadores das idéias, outros cientistas sociais contemporâneos, partindo de diferentes formas de assimilação crítica das proposições do contextualismo lingüístico, vêm advogando o caráter necessariamente histórico e interpretativo da teoria política enquanto tal. Na primeira parte da investigação, foram examinadas as contribuições de Pierre Rosanvallon (história conceitual do político), Kari Palonen (história dos conceitos) e Mark Bevir (ciência política interpretativa), autores representativos de recepções da herança dos contextualistas de Cambridge referenciadas nas tradições historiográficas francesa, alemã e inglesa, respectivamente. Esses pensadores, cada um a seu modo, têm procurado superar algumas das dificuldades mais constrangedoras enfrentadas pelos membros da Escola de Cambridge no âmbito do debate metodológico sobre a história do pensamento político. A segunda parte da investigação destinou-se ao estudo do caso do denominado republican revival das últimas três décadas. Entende-se que este é um caso que bem exemplifica as potencialidades (e os limites) da teorização política historicamente orientada no âmbito dos debates acadêmicos contemporâneos. Nesta etapa, voltamos aos textos de Skinner, Pocock e seus seguidores para avaliar o papel desempenhado pelas contribuições desses autores na revalorização da linguagem e dos ideais do republicanismo, tanto na historiografia do pensamento político, quanto na te.
Coordenador: Dr. Ricardo Silva
Pensamento político e história intelectual: Quentin Skinner e o debate metodológico contemporâneo (2005 – 2006)
Descrição: Realizada entre agosto de 2006 e julho de 2007, a pesquisa fez parte das atividades de meu estágio pós-doutoral junto ao departamento de ciência política da UC Berkeley (EUA), apoiado pela CAPES. Nesta pesquisa, realizou-se um mapeamento dos debates desencadeados pelos historiadores do pensamento político vinculados à chamada “Escola de Cambridge”, com atenção especial para a obra de Quentin Skinner e para as diversas gerações de seus críticos.
Coordenador: Dr. Ricardo Silva
Idéias econômicas em processos eleitorais (2002 – 2005)
Descrição: Este projeto consistiu em uma análise dos discursos sobre política econômica dos principais candidatos nas eleições presidenciais brasileiras de 2002. Estudou-se o papel das idéias econômicas nos processos políticos, especialmente o modo como tais idéias são mobilizadas em processos eleitorais. As competições eleitorais são momentos privilegiados para o estudo dos embates entre diferentes estratégias de política econômica, como também para revelar as coalizões de atores sociopolíticos que dão suporte a tais estratégias.A base empírica deste estudo foram os programas dos candidatos à presidência na propaganda eleitoral gratuita em rede de televisão, bem como os debates entre os candidatos patrocinados pelas principais emissoras de televisão. Também foram utilizadas informações obtidas junto a vários órgãos da grande imprensa em suas coberturas da campanha, com atenção especial voltada para as manifestações de atores estratégicos no jogo da política econômica, tais como economistas, analistas financeiros, representantes de organizações de empresários e de trabalhadores, lideranças partidárias e representantes de organismos internacionais.
Coordenador: Dr. Ricardo Silva
Objetivismo tecnocrático como razão de Estado (2000 – 2002)
Descrição: Entre 1930 e 1945, observou-se um intenso processo de transformação das instituições estatais, destacando-se aí a centralização política e administrativa nas esferas do poder executivo federal; tendência que alcançou o apogeu nos anos da ditadura Vargas. Tal processo de centralização efetivou-se pela criação de novos e variados mecanismos de ação e de legitimação do poder executivo estatal. Destaque-se, dentre tais mecanismos, a instituição dos conselhos técnicos. Tais conselhos eram compostos basicamente por representantes das corporações e do Executivo estatal e passaram a ser responsáveis por crescentes prerrogativas decisórias na elaboração e implementação da política estatal, especialmente nas áreas ligadas à política econômica. Esta pesquisa investigou o modo pelo qual a multiplicação dos conselhos técnicos, no primeiro governo Vargas, ecoou no contexto do pensamento político autoritário. Abordamos os temas do corporativismo e da tecnocracia nos escritos de pensadores como Oliveira Vianna, Azevedo Amaral e Francisco Campos, apontando para o esforço de racionalização e de justificação empreendido na busca de legitimação de uma forma de organização estatal em que o conhecimento técnico deveria substituir a negociação política, a representação corporativa deveria sobrepor-se à representação partidária e a “harmonia” deveria suplantar o conflito na concepção e gestão das políticas estatais.
Coordenador: Dr. Ricardo Silva